Tendências de Tecnologia no Direito para 2025–2026: o que o Advogado Digital Deve Saber

O avanço tecnológico vem modificando de forma estrutural o exercício da advocacia. Processos que antes dependiam de rotinas presenciais e analógicas passam a ser mediados por sistemas digitais, inteligência artificial e novas formas de gestão da informação jurídica. Diante desse cenário, compreender as principais tendências tecnológicas torna-se uma exigência de atualização profissional para um trabalho de maior qualidade e efeciencia.

Automação e Inteligência Artificial como instrumentos de apoio técnico

A utilização de sistemas baseados em inteligência artificial e automação de tarefas jurídicas já integra o cotidiano de inúmeros escritórios de advocacia. Ferramentas de triagem documental e atendimento, análise de casos e elaboração de minutas reduzem o tempo dedicado a atividades repetitivas, permitindo que o advogado concentre esforços em funções de maior valor estratégico.

Entretanto, é fundamental compreender que tais instrumentos têm caráter auxiliar. O juízo técnico e a decisão jurídica permanecem privativos do advogado. O uso ético dessas tecnologias exige observância ao sigilo profissional, à confidencialidade dos dados e à independência técnica do advogado, conforme previsto no Código de Ética e Disciplina.

Transformação digital e a experiência do cliente jurídico

A digitalização da prática jurídica também se manifesta na forma como escritórios se comunicam com seus clientes e organizam suas operações internas. Plataformas de gestão processual, atendimento remoto (consultas online) e sites institucionais (ou landing page especificas) otimizam o fluxo de informações e aumentam a transparência das relações profissionais.

No contexto da publicidade jurídica, a presença digital deve obedecer aos limites da informação de caráter educativo e informativo, sem captação de clientela ou autopromoção. Um site de escritório de advocacia, quando estruturado de forma ética, cumpre função institucional: informar, esclarecer e reforçar a credibilidade do serviço prestado.

Proteção de dados e responsabilidade digital

A entrada em vigor da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (Lei nº 13.709/2018) trouxe novas responsabilidades aos escritórios. O tratamento de dados de clientes, partes e terceiros exige controle sobre o fluxo de informações sensíveis, políticas de consentimento, e registro de medidas de segurança.

O advogado, por sua vez, passa a ser também agente de tratamento de dados, sujeito às obrigações legais correlatas, o que reforça a importância de compreender fundamentos técnicos e normativos da cibersegurança aplicada ao Direito.

Inovação e adaptação no exercício da advocacia

A incorporação de tecnologias ao cotidiano dos escritórios de advocacia representa um movimento de adaptação necessária ao novo contexto profissional. Mais do que adotar ferramentas digitais, trata-se de compreender como a inovação pode aprimorar a eficiência, a precisão e a qualidade dos serviços jurídicos, preservando sempre os princípios éticos e o sigilo profissional.

A inovação jurídica deve ser entendida como processo de aprimoramento contínuo, que envolve a reorganização de rotinas, o uso estratégico da informação e a integração entre técnica jurídica e soluções tecnológicas. Assim, a tecnologia deixa de ser um fim em si mesma e passa a atuar como meio para fortalecer a prática responsável, moderna e socialmente comprometida da advocacia.

Conclusão

A tecnologia não substitui o advogado, mas redefine o modo como a advocacia é exercida. O profissional que compreende essas transformações posiciona-se de maneira mais consciente diante das exigências do mercado e dos padrões éticos da profissão.

O exercício da advocacia no contexto digital pressupõe atualização constante, discernimento técnico e comprometimento com os valores éticos da profissão.